sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Granada 2013






- Muralhas do Alhambra
- Pátio dos leões - Alhambra ( 2º e 3º desenhos )


As perdas e as derrotas nunca têm grande visibilidade na história, mas nem por isso são menos fascinantes.
Aquilo que se terá passado nos corredores da política no reino de Granada no final do século XV, entre o lado dos Reis Católicos e o lado muçulmano, permanecerá no segredo dos deuses, talvez para sempre. O que se sabe, o que ficou para a história, é que depois de um cerco que durou vários meses, depois de resistências e batalhas, depois de intrigas e traições políticas, Granada acabou por capitular aos pés dos católicos.
Abû ' Abd allâh Mohammaed ben abî al-Hasan ' Ali, conhecido por Boabdil terá reunido com um representante do inimigo a quem entregou as chaves do palácio pondo fim a sete séculos de domínio muçulmano. Entre os altos e baixos da governação política muçulmana, entre o que eles encontraram quando chegaram e o que deixaram na hora da partida, o saldo foi francamente positivo. Durante sete séculos a civilização do Al andaluz brilhou no meio da quase total escuridão da restante idade media europeia.
O que aconteceu às sociedades muçulmanas a partir de então é uma questão difícil de digerir e de explicar. Tirando um ou outro exemplo, que aconteceu em anos posteriores no mediterrâneo oriental, nada mais voltou a ser como dantes.
O abandono de Granada terá sido como que uma maldição.
Diz-se que depois de abandonarem a cidade, quando a caravana dos expatriados atravessava a Serra Nevada em direcção ao exílio, Boabdil terá olhado para trás uma última vez e chorado, o que terá provocado na sua mãe o comentário: “ não chores agora como uma mulher aquilo que não soubeste defender como um homem “.
Diz-se igualmente que os católicos quando entraram na cidade ficaram de tal modo ofuscados pela beleza e grandiosidade do Alhambra que foram incapazes de roubar e destruir o que encontraram.
É o que se diz.

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