quarta-feira, 20 de março de 2013

África do Sul


Victoria & Alfred Waterfront, com a Table Mountain ao fundo.

Quando um país decide existir tem sempre uma pequena preocupação básica para resolver. Primeiro encontrar cidades para os seus habitantes trabalharem e depois encontrar outras cidades para os mesmos habitantes gastarem o dinheiro que ganham a trabalhar nas primeiras. Deve ser essa a razão pela qual a Cidade do Cabo existe. Por muito que me esforce não consigo encontrar outra melhor. Esqueçam tudo o que os livros de história falam sobre a sua fundação. Para mim é tudo mentira. Nem o Bartolomeu Dias, nem o Vasco da gama, nem a rota das caravelas, nem a colónia Boer, nem os ingleses, etc., etc., explicam a sua origem. Aliás, não explicam absolutamente nada. A verdade é esta: os sul africanos precisavam de um sitio para esquecerem os problemas da vida, precisavam de um sitio que justificasse a vida desgraçada que levavam pelo país, e vai daí resolveram criar a Cidade do Cabo. O lugar é de facto agradável. Boa comida, boa paisagem, boas pessoas, mas sobretudo muito boa mesmo para ir esvaziando os nossos bolsos e a nossa carteira.
E é assim a vida e a história de uma cidade. O resto é conversa.

segunda-feira, 4 de março de 2013

África do Sul



“12 Decades Art Hotel “, Joanesburgo.

Dentro da diversidade que compõe o “ Arts on Main “ há também lugar para um hotel. O “12 Decades Art Hotel “, localizado no sétimo andar de um prédio antigo, é a menina dos olhos deste  projecto. Tal como na maior parte dos outros edifícios, também aqui se optou por manter a estrutura geral assim como as marcas do desgaste provocadas pela idade, mexendo-se apenas na decoração e no design dos quartos. Para isso convidaram diferentes artistas sul africanos que trataram de desenhar o espaço de forma a cada quarto  contar um pouco da história da própria cidade. O nome,“ 12 Decades “, refere, ele mesmo, as doze décadas da existência de Joanesburgo desde a sua fundação em 1886 até 2006, a data da criação do hotel. 
No fim, para quem acha que já viu tudo, recomenda-se que não saia do “Arts on Main” sem subir ao terraço do “12 Deacades Art Hotel”, onde funciona o bar com música de djs, para dar um “mergulho” na “fauna” multicultural, “alternativa”, da cidade, se possível debaixo dos quarenta graus de temperatura das três horas da tarde de um qualquer domingo de verão. As vistas a perderem-se para os aranha-céus semi-moribundos e para as ruas decadentes do centro estão garantidas, o resto fica por conta da imaginação e da criatividade de cada um.