quarta-feira, 29 de junho de 2011

Israel 2010

A praia de Ein Gedi. Ao longe as montanhas da Jordânia e por de trás das montanhas as mágicas ruínas da cidade de Petra.



O autocarro sai de Jerusalém. É aproximadamente uma hora o tempo que precisa de percorrer até aparecerem os primeiros sinais de água do mar, que é na verdade mais um lago do que um mar, ou, dito de outra maneira, um lago no tamanho mas um mar de histórias. O percurso, quase sempre a descer, deixa para trás as colinas rochosas da cidade Santa para entrar num vale deserto com muito poucos sinais de vida. Algumas árvores, pouquíssima vegetação e um mar dez vezes mais salgado que os oceanos. O mítico mar Morto mostra-se finalmente ao turista acidental, do alto dos seus 400 metros abaixo do nível médio das águas do mar. Estou rendido à evidência. As minhas expectativas foram todas superadas, o lugar é tudo aquilo que se diz e ainda mais alguma coisa. Mas vamos por partes. Primeiro comecemos por onde devemos começar. O autocarro deixa-me em Masada, paragem obrigatória antes de prosseguir a viagem para Eilat, no sul do país. A história de Masada conta-se em meia dúzia de linhas: foi aqui que o último foco de rebelião dos judeus contra o império romano na palestina resistiu, suportando um cerco que durou meses. Durante todo esse tempo os romanos não ficaram parados, construíram uma rampa para acederem ao planalto de cerca de 400 metros de altura e quando o ataque parecia inevitável os habitantes, recusando a rendição, optaram pelo suicídio colectivo. Hoje o local é referenciado pelos judeus como tudo aquilo que jamais deverá voltar a acontecer no país. É um símbolo da resistência e da história de Israel e por isso mesmo o local eleito todos os anos para os militares fazerem o seu juramento de bandeira. Histórias à parte, a realidade é que a geografia não fica nada a dever à história. As vistas são de cortar a respiração e o mar ao longe parece caber nas duas palmas das minhas mãos. Só aqui tomamos finalmente consciência da crua realidade, a de que o mar Morto recua todos os anos cerca de um metro, perde água que não volta a recuperar e cada ano que passa vai definhando mais e mais. O mar Morto está a morrer. Será isto possível? Desço à base, como uma refeição rápida e apanho um novo autocarro que me conduz à clássica praia de Ein Gedi, para passar as últimas horas do dia a boiar na água pastosa, enquanto o sol vai caindo no horizonte. Sou o último a sair do local e sou o único na paragem do autocarro junto à estrada nacional. A noite começa a ganhar forma e eu ainda tenho um caminho de volta para percorrer. Se nesta terra se cumprirem os horários ainda hoje estarei de regresso à cidade santa. Se …






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