sexta-feira, 17 de maio de 2013

Namíbia



Uma ponte de ferro antiga entre o aeroporto internacional e a capital Windhoek. Juntamente com o do alcatrão da estrada, os únicos vestígios de que houve vida por aqui.

À medida que o avião vai ganhando altura nos céus de Joanesburgo a cidade vai perdendo a sua aura de violência e os conflitos vão-se esbatendo até se tornarem completamente imperceptíveis. Vista de cima Joanesburgo é apenas uma cidade igual a tantas outras, uma espécie de coisa estática, uma pintura, um convite à contemplação. Se nos afastarmos ainda mais, poderemos então dizer, como disse Iuri Gagarin em 1961, quando flutuou no espaço pela primeira vez: “ A Terra é Azul “.  Afinal a terra é azul, penso eu no conforto da cabine do avião. Se a terra tem a cor do céu é porque não pode ser o inferno que parece ser quando andamos cá por baixo.
Entretanto o avião começa a perder altitude para se fazer à pista do aeroporto internacional de Windhoek, um pequeno rectângulo de asfalto no meio da imensidão da natureza. A Namíbia é um país dez vezes maior que Portugal para apenas dois milhões e meio de pessoas. Reservas de ouro, diamantes e minério até dizer chega. Tanta coisa por fazer, tanta coisa para estragar. É a isto que normalmente se costuma chamar, na minha terra, de “país de oportunidades”.

2 comentários:

Silvares disse...

Talvez possamos enviar uns quantos emigrantes para a Namíbia! Pensando melhor, já devem por lá andar alguns portugueses (muitos, poucos?). Portugal está em toda a parte.

rui sousa disse...

São cerca de 2000. E têm por lá aquelas associações com nomes do género " Academia do Bacalhau " que organizam almoços periódicos. Eu estive num desses almoços, meio penetra, meio convidado, sem conhecer ninguém e posso garantir que a experiência é única. Sai de lá com material suficiente para fazer vários filmes que deixariam o Fellini a babar-se de inveja.