Uma ponte de ferro antiga entre
o aeroporto internacional e a capital Windhoek. Juntamente com o do alcatrão da
estrada, os únicos vestígios de que houve vida por aqui.
À medida que o avião vai
ganhando altura nos céus de Joanesburgo a cidade vai perdendo a sua aura de
violência e os conflitos vão-se esbatendo até se tornarem completamente
imperceptíveis. Vista de cima Joanesburgo é apenas uma cidade igual a tantas
outras, uma espécie de coisa estática, uma pintura, um convite à contemplação.
Se nos afastarmos ainda mais, poderemos então dizer, como disse Iuri Gagarin em
1961, quando flutuou no espaço pela primeira vez: “ A Terra é Azul “. Afinal a terra é azul, penso eu no conforto
da cabine do avião. Se a terra tem a cor do céu é porque não pode ser o inferno
que parece ser quando andamos cá por baixo.
Entretanto o avião começa a
perder altitude para se fazer à pista do aeroporto internacional de Windhoek, um
pequeno rectângulo de asfalto no meio da imensidão da natureza. A Namíbia é um
país dez vezes maior que Portugal para apenas dois milhões e meio de pessoas.
Reservas de ouro, diamantes e minério até dizer chega. Tanta coisa por fazer,
tanta coisa para estragar. É a isto que normalmente se costuma chamar, na minha
terra, de “país de oportunidades”.
2 comentários:
Talvez possamos enviar uns quantos emigrantes para a Namíbia! Pensando melhor, já devem por lá andar alguns portugueses (muitos, poucos?). Portugal está em toda a parte.
São cerca de 2000. E têm por lá aquelas associações com nomes do género " Academia do Bacalhau " que organizam almoços periódicos. Eu estive num desses almoços, meio penetra, meio convidado, sem conhecer ninguém e posso garantir que a experiência é única. Sai de lá com material suficiente para fazer vários filmes que deixariam o Fellini a babar-se de inveja.
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