Essaouira
Uma banca de peixe é a
melhor natureza morta que se pode desejar (se é que se pode dizer isto desta
maneira) e se essa banca for num pequeno porto de pesca, de uma pequena cidade
de Marrocos, como é o caso de Essaouira, então temos a imagem perfeita. Há uma
lógica e uma decência nesta forma de pesca quase artesanal destas pequenas
cidades, que deveriam fazer parte da educação das sociedades. Saber de onde vêm
os alimentos ajuda-nos a perceber o quão frágil é esta relação do homem com o
meio envolvente. Um pequeno porto de pesca é um pequeno tesouro que nos mostra o
melhor que a natureza pode ter para nos oferecer, mas ao mesmo tempo dá-nos a
medida exacta do respeito que devemos ter por aquilo que comemos. As coisas
valem pelo trabalho que dão e por aquilo que são.
Esta medida exacta do real
valor das coisas, que deveria ser óbvia para qualquer pessoa, perde-se
completamente nas grandes suprefícies, onde, por via da massificação tudo se
banaliza.
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